Um Breve Histórico

A história de Berlim imprimiu-lhe marcas que a distingue de outras metrópoles européias. Já foi capital nacional de cinco sistemas de governos diferentes, que buscaram promover programas de construção e urbanização bastante ambiciosos, fazendo com que a cidade tenha uma grande diversidade de propostas urbanísticas e arquitetônicas.

Devido a esta diversidade, Berlim oferece aos turistas e viajantes de vários interesses, muitas oportunidades de lazer, de vivência e de aprendizado. É uma das grandes cidades da Europa que, apesar de sua significativa população de alguns milhões de habitantes, impressiona muito seus visitantes pelo fato de ter um sistema de trânsito e de segurança bem resolvidos. Conta com um tráfego fluente e é possível fazer passeios e caminhadas, a qualquer hora, sem risco de abordagens indesejáveis.

Mundialmente conhecida pelo “Muro de Berlim”, restam hoje poucos vestígios perceptíveis ao visitante que circula pela cidade, o que torna difícil de imaginar que, até 1989, um muro com arames farpados pudesse ter dividido, por quase 30 longos anos, esta cidade tão pulsante e aberta para o mundo.

Seus 3,5 milhões de habitantes estão distribuídos numa superfície de quase 90 mil hectares, o que representa uma densidade demográfica relativamente baixa. Além disso, as vias largas e a altura restrita dos edifícios, acentuam a sensação de espaços amplos, abertos e arejados. Embora tenha ocorrido nos últimos anos um aumento no movimento turístico, certamente, ainda é uma das mais tranqüilas e silenciosas metrópoles européias.

Apesar de ser a capital do país, a sede do poder administrativo e a maior cidade da Alemanha, o poder econômico do país não está instalado aqui. Berlim não é um centro financeiro e nem abriga as grandes centrais empresariais que se instalaram em outras cidades alemãs, tais como, Frankfurt, Hamburgo, Essen, Stuttgart ou Munique. Tais características contribuem para que Berlim ainda não seja uma cidade dispendiosa para se viver ou visitar.

São perceptíveis as mudanças no perfil da população no período que sucedeu a queda do muro, tendo em vista que, nesta época, 1,6 milhões de berlinenses deixaram a cidade e 1,8 milhões mudaram-se para ela. Ou seja, neste período, ocorreu uma troca de quase a metade da população da cidade.

Este novo contingente tem renovado o dinamismo da cidade, atuando na revitalização do setor de comércio e da prestação de serviços, ou dinamizando o setor cultural e científico. Neste processo de renovação, a população de Berlim tem se tornado cada vez mais heterogênea, com origens em muitas partes do mundo. Muitos dos seus moradores são artistas, estudantes, aposentados abastados ou investidores que têm dinamizado a vida cultural da cidade, especialmente dos museus, teatros, casa de espetáculos, produção de shows, exposições de arte, festivais de cinema e outras programações que fazem parte do calendário cultural internacional.

O segmento do turismo urbano tem proporcionado oportunidades promissoras, em especial naquilo que ela tem de mais valioso, que é sua história estampada em seus edifícios e em sua paisagem fascinante. Mas uma especificidade significativa desta cidade é sua longa tradição de preservação do meio ambiente e de conservação do patrimônio histórico, dando ainda espaço a uma arquitetura arrojada e a um transporte público de qualidade impecável.

Breve Histórico

Berlim é uma das capitais europeias que passou por mais mudanças ao longo de sua história. São transformações decorrentes de destruições drásticas como guerras e incêndios, ou resultantes de planos urbanísticos que envolveram grandes setores da cidade.

Após o término da II Guerra Mundial, aproximadamente 70% de suas edificações estavam destruídas e, sua população, originariamente com quase 4 milhões, foi reduzida a apenas 2,8 milhões de habitantes. Como parte dos acordos e interesses políticos e estratégicos da época, foi dividida em quatro setores administrativos, definindo o setor americano, o francês, o britânico e o soviético. Mais tarde, em 1961 foi brutalmente dividida em duas partes pela construção do muro, isolando os três setores aliados do restante da Alemanha Oriental.

O muro foi o símbolo de conflitos e rivalidades entre leste e oeste por quase três décadas de sua existência e alterou severamente seus tecidos urbanos. O que era centro passou a ser periferia, determinando características peculiares a alguns bairros. Na parte oriental, os setores próximos ao muro ficaram paralisados e entregues aos efeitos do tempo. Muitas vias, sem continuidade, se interrompiam abruptamente no muro. Durante algumas décadas as duas partes fragmentadas se desenvolveram política, econômica e socialmente como duas cidades independentes.

Depois da queda do muro, em novembro de 1989, e da reunificação das duas partes da Alemanha, foi necessário rearticular os traçados e toda a infra-estrutura das duas cidades, adequando-a para sediar o novo governo da Alemanha reunificada. Desde então, Berlim vem se transformando e ganhando um novo rosto.

Uma Nova Paisagem

No processo de renovação, a paisagem urbana, com seus monumentos de diferentes períodos históricos, entremeados de espaços em intensa transformação, recebeu tons de modernidade. Novas moradias, universidades, museus, lojas e, preponderantemente, escritórios foram construídos gerando milhões de novos metros quadrados em construção. Muitos arquitetos de grande expressão como Hans Kollhoff, Richard Rogers, Arata Isozaki; Renzo Piano, Rem Koolhaas, Daniel Libeskind, dentre outros, contribuíram com projetos para a cidade. Destaca-se aqui a participação de arquitetos brasileiros como Oscar Niemeyer, que projetou para a INTERBAU – Exposição Internacional de Arquitetura  de 1957, como também a equipe do arquiteto Marcelo Ferraz, com um trabalho no lado oriental de Berlim, na década de 90.

Importantes movimentos de cunho político, social e ecológico marcaram a história de Berlim e refletiram seus ideários nas características da sua paisagem urbana. Cabe lembrar, dentre outros, o movimento anti autoritário dos anos 60 e 70 que, inspirado no movimento estudantil americano e baseado nas ideias de Marx, de Rosa de Luxemburgo e da Escola de Frankfurt reuniu, de forma desprovida de hierarquias, grupos ligados à proteção ambiental, aos movimentos pacifistas, anarquistas, socialistas e anti imperialistas. Uma das ações deste processo foi a ocupação de imóveis ociosos, que esperavam a valorização imobiliária, principalmente no bairro de Kreuzberg.

A participação da população de Berlim, na construção da paisagem da cidade, é bastante estimulante. Alguns planos mais drásticos, destinados ao saneamento de setores da cidade, foram abandonados após significativas pressões da população que rejeitava operações de maiores impactos urbanísticos e ambientais. Diante de muitas mobilizações, o Senado, que é uma instituição equivalente às secretarias públicas brasileiras, chegou a rever suas ideias iniciais e partir para proposições de intervenções menos agressivas ao ambiente urbano.

O período compreendido entre 1983 e 1987 foi historicamente importante na reconstrução de Berlim, pela criação da IBA – Exposição Internacional da Arquitetura. Tratava-se de uma renovação urbana que tinha como tema “O centro como lugar para se morar”, investindo significativamente na renovação e na construção de moradias, praças, creches, escolas, e outros equipamentos públicos.

No processo de reconstrução de Berlim ficaram mundialmente conhecidas as diversas experiências de cunho ambiental que aliavam interesses ecológicos e sustentabilidade social, incorporando a iniciativa privada, o setor público e as universidades. Na atualidade, tais concepções seguem pautando-se pela priorização da economia de energia, pelo uso de energias mais limpas, pelo tratamento descentralizado de esgotos domésticos, pelo reuso da água pluvial e por outras modalidades operacionais dos sistemas urbanos, ambientalmente mais adequados.

Atualmente, a paisagem da cidade é enriquecida por lagos, parques e florestas que ocupam um terço da sua superfície. Ela é intensamente verde na primavera, no verão e em parte do outono. Os espaços livres e arborizados proporcionam ambientes públicos de qualidade, em 700 ha de parques, de diferentes formas, 31 áreas de proteção à natureza, 48 áreas de proteção à paisagem e 13 monumentos naturais. Cerca de 18% da superfície da cidade é composta por uma forma de floresta que oferece ainda muitas possibilidades de usos para recreação e lazer.

Além destas formas de espaços livres, a presença marcante de superfícies de água desempenha importante papel na conformação destas paisagens. A cidade tem hoje quase 90 mil hectares de superfície, dos quais, cerca de 7% são formados por superfícies de água. Os rios e canais apresentam uma intensa circulação de embarcações para o transporte de pessoas e cargas e os lagos, no verão, são utilizados para recreação de banhistas que se refrescam em suas águas de boa qualidade. Atualmente, existem pesquisas envolvendo universidades, órgãos públicos e escritórios particulares que desenvolvem métodos de limpeza das águas do Rio Spree, que passa pelo centro da cidade, para que nele também, em alguns anos, seja possível nadar e esteja plenamente adequado ao uso de recreação e lazer.

No inverno, a profundidade do cinza e a ausência do verde e da luz, ressaltam a monumentalidade de vários de seus edifícios históricos, proporcionando uma face mais austera, mas não menos interessante, da paisagem da cidade.

Berlim cresce e se torna mais européia

Segundo jornal Berliner Morgenpost de 10.09 de 2014, Berlin passou os 3 milhões e meio de habitantes. A chegada de, em especial polonoeses, Italianos, búlgaros e romenos, aumenta o número de habitantes de Berlim continuamente. Em junho de 2014 contava-se 3.531.000 habitantes. Isto significa um acréscimo de 41.600 habitantes em relação ao ano anterior.

O número de estrangeiros na cidade perfaz atualmente em 225.000 vindo de países da Uniao Européia. É um crescimento bem significativo, mesmo considerando que uma parte dos estrangeiros que chegam para morar aqui por algum tempo, se inscrevem na polícia (Anmeldung), mas não fazem o descadastramento (Abmeldung) quando deixam a cidade. Cresce principalmente o número de polonêses, que perfazem hoje 52.000, mas também muitos italianos, que por causa da crise do pais procuram em Berlim oportunidades de trabalho. Os turcos estão na frente, com 99.000, o maior grupo de imigrantes. Os italianos estão em 24.000 e os franceses em 17.150. Além disto tem 13.500 espanhóis, 19.750 búlgaros e 12.000 romenos. No total vivem aqui 550.000 estrangeiros.

No lado oriental da cidade 1 em cada 5 cidadãos é estrangeiro. No lado oriental ainda não chega a 1 em cada 10.

Por consequência deste crescimento cresce também a demanda por creches e escolas, mas também cresce o dinheiro vindo da ação governamental de equilibrio das financas do Estado. Com isto, os estados da Alemanha que ganham mais, são obrigados a destinar uma parte maior dos seus ganhos para os estados que ganham menos. (lembrando aqui que Berlim é uma cidade estado). Cada habitante traz para a cidade pelo menos 2.000 € por ano. No momento Berlim está gastando mais dinheiro com exilados e mais pessoal para trabalhar em creches e escolas.

Quem quizer ler mais sobre o assunto pode procurar a versao online do jornal.

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