Conjuntos habitacionais da República de Weimar tombados pela UNESCO

Em dois encontros, apresentamos seis conjuntos habitacionais icônicos, testemunhos da construção de habitações dos primórdios da arquitetura modernista e precursores da construção de moradias sociais em massa.

Estas habitações construídas entre 1913 e 1934 em Berlim influenciaram a arquitetura, o urbanismo e a política governamental de habitação de todo o século 20. Dos inúmeros conjuntos e milhares de moradias enguidas neste período em Berlim, os seis conjuntos tratados aqui eram os mais bem conservados e por isso foram elevados a patrimônio cultural da humanidade pela Unesco em 2008 – “Berlin Modernist Housing Estates”.

A capital da Prússia chega ao século 20 trazendo de herança a problemática habitacional, a qual é evidenciada na revolução industrial pelas condições subumanas de vida do proletariado emergente. A insalubridade imperava nas formas de habitação encortiçadas, o ar poluído, a alimentação precária, as jornadas de trabalho exaustivas e as baixas remunerações resultavam em enorme descontentamento e revoltas das classes mais desfavorecidas.

A baixa produtividade, a morte prematura dos trabalhadores e o medo do avanço das ideias revolucionárias vindas da revolução russa levaram à soluções governamentais para “acalmar” as revoltas das camadas mais desfavorecidas da sociedade. A construção de moradias em massa foi uma das mais importantes delas.

Construir habitações salubres tinha como objetivo melhorar a saúde da população, prolongar a vida das pessoas e aumentar assim seu rendimento na produção industrial. “Luz, ar e sol para todos” era o slogan motivador da construção das novas moradias.

As formas de construir, a rapidez e economia através da fabricação de elementos padronizados e produzidos em série, assim como a simplicidades das fachadas coloridas e a concepção de espaços diferenciados contribuíam para a identidade da nova arquitetura social.

Os 6 conjuntos habitacionais foram construídos em Berlim de acordo com estes princípios e o contexto histórico e social em que cada um surgiu, as técnicas utilizadas nas construções das moradias, as diferenças entre as tipologias construtivas adotadas em cada conjunto, são alguns dos aspectos que serão abordados durante as nossas visitas virtuais.

Esta atividade é dirigida principalmente a arquitetas/os, estudantes de arquitetura, mas também às pessoas de outros campos profissionais que se interessam pelo tema arquitetura ou por conjuntos habitacionais, especificamente, assim como pela história de Berlim e da Alemanha.

Programa

1. Apresentação:

Um passeio pela Berlim do início do século 20, o fim da Primeira Guerra Mundial, a queda do império, a República de Weimar e a problemática habitacional.

Visita virtual aos conjuntos habitacionais:

– Cidade Jardim Falkenberg (1913-1916)

– Schillerpark (1925-30)

– Britz ou Hufeisensiedlung (Conjunto hab. Ferradura)(1925-31)

2. Apresentação:

– Complexo Habitacional Carl Legien (1929-30),

– Siemensstadt (cidade Siemens) (1929-31)

– Weiße Stadt (Cidade Branca) (1929-31)

As visitas virtuais duram duas horas e meia cada uma, incluindo apresentação e debate.